A táctica do
bloqueio em tempo real dos DNS dos streams de futebol parece não ter surtido o efeito pretendido, e este fim-de-semana a MEO e NOS optaram por uma táctica mais abrangente, aplicando traffic shaping que impediu que os utilizadores pudessem ver o que quer que fosse... mesmo serviços de vídeo legais.
Nos últimos tempos tem-se assistido a uma ofensiva contra os streams ilegais dos jogos de futebol, sistema cada vez mais popular e disseminado. Em resposta a isso, os operadores e demais entidades têm também optado por tácticas cada vez mais agressivas... e desta vez não olharam a meios nem se preocuparam com os danos colaterais.
Este fim-de-semana, milhares de clientes descobriram que, mesmo estando a pagar por acessos que prometem centenas de megabits (ou até mesmo um gigabit) na velocidade de acesso à internet, não conseguiam ver vídeos no Twitter ou Twitch, por estarem constantemente a parar e a fazer buffering - fruto do nosso bem conhecido "traffic shaping", que tudo indica que terá sido aplicado a todo o tipo de dados de streaming, independentemente de afectar não só os streams ilegais, mas também os legais.
É o verdadeiro exemplo do "pagar o justo pelo pecador" e que mostra o (des)respeito que os operadores têm pelos seus clientes. Como se pode admitir que um cliente, que paga pelo serviço, e que nada tem a ver com streams ilegais, se veja impossibilitado de usufruir do serviço pelo qual paga? Esperemos que a ANACOM esteja atenta a estas situações... E que depois os operadores não se queixem de que esta quer "interferir" com o seu funcionamento; parecendo-se esquecer que são eles próprios que estão a interferir com o serviço que deveriam fornecer.